sábado, 19 de janeiro de 2008

A Organização do Jornalismo

Maria João Quintela e João Abreu (docente do ISLA)

Maria João Quintela esteve no ISLA, de Vila Nova de Gaia, no passado dia 15, a falar da exposição Da Vinci – o génio – um “evento que vive também muito dos jornalistas e das notícias” pelo que há que saber “o que os jornalistas fazem para que possam trabalhar a nosso favor sem darem conta”.
Outrora jornalista, Maria João Quintela é, presentemente, assistente de Marketing na Grafinvest e encontra-se a coordenar a exposição patente no Palácio de Cristal. Maria João frisou que esta iniciativa não vai poder ser vista em Lisboa e, por isso, tem mobilizado pessoas de todo o país. No entanto, para que tudo possa funcionar é preciso que “todos estejam por dentro” por que “tudo tem de ser bem pensado, inclusivamente datas e espaços, de forma a conseguirmos saber o tempo de investimento e quanto tempo vai durar o evento”.
O que é importante dizer é que a exposição de Da Vinci é direccionada para o público e tenta apelar à participação das pessoas por intermédio de sugestões; no entanto, ainda que Maria João vise proporcionar momentos aprazíveis a quem visita a exposição não deixa de ter em mente que trabalha para a empresa: “estamos a dar a cara pela empresa e pela instituição” e já não trabalha nos media, executa sim funções para eles, de que são exemplo as notas de imprensa.
“Não é só no jornalismo que se escreve, porque a divulgação também tem de ser feita. Podemos é ser mais objectivos e direccionarmo-nos para o que queremos”, de forma a enfatizar a escrita objectiva com a pretensão de que os media possam noticiar o evento que cobrem. Existe o permanente cuidado com a imagem da empresa e uma preocupação constante que assenta na rapidez de execução de quaisquer eventualidades.
O que Maria João faz, no fundo, é “desenvolver e executar estratégias de comunicação integrada e propor soluções criativas e eficazes, que visem a notoriedade dos clientes”. Desde o contacto com entidades, no sentido de “estabelecer parceiros e angariar patrocinadores”, passando pelo estabelecimento de protocolos (que exigem atenção no que concerne às regras de apresentações públicas, como a que contou com a presença de Rui Rio), não descartando o convite endereçado ao Mestre José Rodrigues, conseguiu-se o valor notícia advindo do mediatismo.
Rebela-se no centro da actividade a definição do público-alvo. No decorrer de mês e meio de divulgação, encetou-se a primeira fase, em Setembro, pelos estabelecimentos de ensino. Uma estratégia que foi impulsionada, uma vez que “estávamos no início do ano lectivo e as escolas iam querer agendar uma visita de estudo, depois atendemos aos estabelecimentos de ensino privado”.
Distintas campanhas foram efectivadas e muitas actividades foram desenvolvidas no exterior, designadamente o balão de ar quente e os jantares temáticos, não obstante ao ciclo de conferências, que ainda está a decorrer, estimular a deslocação de mais pessoas até junto da exposição do artista dos séculos XV e XVI.
Em eventos desta dimensão é inevitável que se sucedam situações de crise e há que “saber gerir as muitas crises”, como assevera Maria João. Críticas que podem fomentar uma má imagem para a instituição e que têm de ser colmatadas no instante.
A segunda palestra da iniciativa “Milénio da Comunicação” mostrou aos presentes mais uma opção de como «comunicar» no «mundo» da Comunicação.

Anabela da Silva Maganinho