sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O jornal(ismo) na frente de todos

Orlando Castro e Artur Villares (docente e director do curso de Comunicação)


Orlando Castro marcou presença, na passada segunda-feira, pelo “jornalista intermediário com cabeça pensante”, no Instituto Superior de Línguas e Administração (ISLA), de Vila Nova de Gaia, visando a primeira palestra da iniciativa “Milénio da Comunicação”.
Sem tema pré-determinado, o jornalista do Jornal de Notícias (JN) destacou assuntos que circunscrevem a prática jornalística actual. “O jornalismo está em extinção; estamos a ser substituídos pelos produtores de conteúdos”, assevera Orlando Castro no discurso introdutório. A actividade jornalística é condicionada pelas empresas que “são apenas empresas” e, para estas, “o que importa não é o que é, mas sim o que vende”. “Hoje temos de dizer o que a empresa diz que é verdade” é essa a verdade que se instaura no panorama hodierno. Por isso mesmo, atenta-se que “não é preciso gente que pense, é preciso gente que faça”, como revela Orlando Castro ao assumir que “estamos a descertificar a informação” e que os jornalistas “vão ser como as mercearias que foram cilindradas pelos supermercados”.
Numa época em que se fala cada vez mais na não-credibilidade do jornalista e da sua actividade, o jornalista do JN convive com a realidade que nos afecta: “os jornais estão em quebra, porque não têm quem certifique informação e as pessoas deixam de acreditar”, afirma.
O jornalista como intermediário “com cabeça pensante, não vai perdurar” é o que constata Orlando Castro perante o mundo em que os “editoriais são novas formas de censura” e “o que se faz hoje é ampliar a voz dos que já a têm”.
As dúvidas são filhas da inteligência e, dessa forma, é que confessa ter dúvidas, “muitas dúvidas do que é isenção em jornalismo”, tanto que chega a colocar uma pergunta retórica: “mas o jornalismo sério faz-se onde?”.

Para os que ainda têm dúvidas o jornalismo pode ser concebido de distintas formas porque “há mil e uma maneiras de dar informação”. É certo que em muitas empresas, que, não raras vezes, intentam sobre o lucro, “a informação é estimulada num determinado sentido com uma contrapartida”; e, “enquanto não forem mudados os estatutos ligados à empresa da comunicação, o jornalista não vai a lado nenhum”.
Orlando Castro desmistificou a visão utópica do jornalismo e, ainda que, para muitos dos presentes, tenha pintado um “quadro negro”, a verdade é que escreveu a obra do real de um jornalista “frustrado”, mas que persiste na luta pelo jornalismo que “é dar voz a quem a não tem”.

Anabela da Silva Maganinho

A etapa dos porquês?!



Mais um ano lectivo se iniciou no ISLA há cerca de um mês e meio. O ISLA, para quem não sabe, é um instituto de ensino superior que alberga, entre outros, o curso de Comunicação.

Este foi um ano de transição para docentes e alunos, tudo por causa dito "Processo de Bolonha". Uma burocracia prática que deveria de orientar e pragmatizar o ensino, desinadamente os alunos, no sentido mais simplificado sem quaisquer injustiças, acabou por instalar a confusão não só no instituto como no panorama estudantil.

O que é certo é que as coisas se estão a resolver ainda que muitas questões pairem nas cabeças dos que "utilizam a parte de baixo do penteado" (como diria um sábio).

O que fazer assim que a licenciatura acabar?

Estágio ou mestrado?

Porto, Lisboa, Mundo?

Teremos emprego ou mestrado aberto?

Para que nos serve a licenciatura?

Estas e muitas mais são as questões que se seguram nas nuvens do pensamento.

Contudo, antes que esta fase final chegue... pensemos na etapa final:

estamos a poucos meses da licenciatura acabar, mas muitas coisas é que o que nos falta saber!

Foi neste contexto que surgiu o "Milénio da Comunicação". Uma iniciativa que me ocorreu assim que se iniciou o ano, ou até mesmo antes... com o prazer que tive ao organizar as Jornadas da Comunicação Social em Maio do ano corrente, decidi dar a ideia de planearmos mais iniciativas no decorrer do ano. Assim se pensou, se falou, e aconteceu... com o "patrocínio" do professor Artur Villares abrimos o "Milénio da Comunicação".

Os esclarecimentos que advêm de dúvidas expostas por todos é o fundamento desta iniciativa mensal.

Todos os meses até Junho do próximo ano vamos receber figuras ilustres que enriquecem o panorama internacional da Comunicação: assessores, directores de comunicação social, jornalistas, reporteres internacionais... são os que vamos esperar no ISLA de Vila Nova de Gaia.

Até lá contamos consigo/contigo!

Anabela da Silva Maganinho